CONGEOCON explica: a Independência e a Engenharia no Brasil.

Hoje é dia 07 de Setembro: dia em que, no ano de 1822, o então Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves se tornou oficialmente o Império do Brasil, rompendo então as relações oficiais de dependência da Coroa Portuguesa, e assim se livrando oficialmente da condição de Colônia.

Mas você já parou pra pensar no papel da engenharia no nosso processo de independência?

A CONGEOCON te explica brevemente o que aconteceu.

Após a independência, a engenharia desempenhou um papel vital no desenvolvimento do país. Grandes projetos de infraestrutura, como a construção de estradas e fortificações e a modernização das forças armadas, foram liderados por engenheiros como o ilustre e importante André Rebouças, contribuindo para a consolidação da nação independente.

Nascido em 13 de janeiro de 1838, na cidade de Cachoeira, região do Recôncavo Baiano, já num Império com 16 anos de andamento, o jovem André Rebouças se mudou para o Rio de Janeiro em 1846. Foi na capital do Império que André cunhou e desenvolveu seu bom rendimento escolar, graças ao qual ele ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha em 1854 para concluir o curso preparatório em 1857, sendo promovido então a 2º tenente do Corpo de Engenheiros. Em seguida, bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas, em abril de 1859, na Escola de Aplicação da Praia Vermelha, obtendo o grau de engenheiro militar, em dezembro de 1860.

André ganhou fama no Rio de Janeiro ao solucionar o problema de abastecimento de água, trazendo-a de mananciais fora da cidade. Ao servir como engenheiro militar na guerra do Paraguai, ele também desenvolveu o “torpedo”, sistema imersivo que podia ser lançado debaixo d’água para atingir navios inimigos e explodir o mais rápido possível.

Em 1871, André e seu irmão Antônio, também engenheiro, apresentaram ao Imperador D. Pedro II o projeto da estrada de ferro ligando a cidade de Curitiba ao litoral do Paraná, na cidade de Antonina, com 110 quilômetros de trilho, 14 túneis – o maior com 457 metros de extensão -, além de dez estações intermediárias e trinta pontes e viadutos. A estrada de ferro Paranaguá foi e é até hoje um dos principais fatores que consolidaram o estado do Paraná como um dos mais importantes na agricultura do país.

Instituto Militar de Engenharia (IME)

A Escola Militar da Praia Vermelha, instituição de formação de André Rebouças, foi também um elemento fundamental na consolidação e desenvolvimentos contundentes da engenharia no Brasil, sendo a primeira escola de engenharia das Américas e terceira do mundo (1811).

A história do IME remonta ao ano de 1792, quando, por ordem de Dona Maria I, Rainha de Portugal, foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. A instalação ocorreu na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do Calabouço, onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional.

Tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o Brasil-Colônia. Os cursos de Infantaria e de Cavalaria tinham a duração de três anos, o da Artilharia, cinco anos. O curso de Engenharia durava seis anos, sendo que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas.

A Academia Real Militar (1811) mudou de nome quatro vezes: Imperial Academia Militar, em 1822; Academia Militar da Corte, em 1832, Escola Militar, em 1840 e Escola Central, a partir de 1858. Ali se formavam não apenas Oficiais do Exército, mas, principalmente engenheiros, militares ou civis, pois a Escola Central era a nossa única escola de Engenharia existente no Brasil.

Mais tarde, em 1959, após a construção de uma história sólida, de formações e legados contundentes, da fusão da Escola Técnica do Exército com o Instituto Militar de Tecnologia nasce o atual Instituto Militar de Engenharia (IME).

O Instituto destaca-se por ter formado inúmeras gerações de engenheiros, civis e militares, que muito contribuíram para o desenvolvimento nacional, não só no desempenho exclusivo da atividade profissional, mas também na qualidade de professores ou mesmo de fundadores de instituições de ensino espalhadas pelo Brasil.

Reconhecido como um centro de excelência no ensino da engenharia, o IME possui um indelegável compromisso de formar recursos humanos altamente qualificados para atender as necessidades nacionais.

Para conduzir essa árdua tarefa, o IME conta com um Corpo Docente do mais alto nível, composto por professores, mestres e doutores de reconhecida reputação acadêmica, muitos deles pós-graduados em instituições estrangeiras.

E foi assim que as mãos e mentes da construção civil, nossa área, formularam e implementaram as estruturas do nosso país desde a independência; de cada metro quadrado do chão que pisamos aos tetos que nos abrigam. Desde então, tudo é e deverá ser cada vez mais nosso. De fato, nosso!

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Bibliografia básica:

(“André Rebouças: Engenheiro e Abolicionista”, Revista Pesquisa FAPESP)

(Site IME/História)

PodParaná #54: Ferrovia entre Curitiba e litoral foi idealizada pelo primeiro engenheiro negro do Brasil – g1

André Pinto Rebouças, o inventor do torpedo – Afrikhepri

André Rebouças – UNIFEI

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